E nessas horas, essa mulher
se torna menina, pequenina
e toda essa força que parecia ter
vira uma fortaleza inacabada, rachada.
De repente, sou só menina, medrosa,
tudo fica grande, fora do meu alcançe
e meus sentimentos borbulham fagulhas
que machucam, que calam minha voz.
Por que sou menina, mas visto um corpo de mulher
ou sou uma mulher, com alma de menina. Não sei,
só sei que me fascina ainda, certas vezes ser menina,
certas vezes ser mulher.
Mas às vezes, a menina que briga com a mulher
me deixa muda, insegura e as borbulhas pulsam
e meu peito queima e minha alma se aperreia
com tanto oscilar.
Essa minha menina que por vezes é muito traquina
não me deixa respirar, me faz engasgar
e se a minha mulher fraquejar
de repente, eu volto a ser menina.
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