Pela primeira vez, estava a minha frente
o desafio de uma longa distância.
Foi dada a largada e minha pernas
assim de imediato, pesaram,
deixaram claro que ia ser dificil,
cansativo, e antes mesmo do primeiro km,
meu corpo parecia cansado.
Em silêncio, olhando a multidão a minha frente,
eu ouvi a música, a sinfônia, o som das pisadas,
das passadas que pareciam instrumentos coordenados,
ritimados e harmônicos, numa canção doce
forte, firme, era uma orquestra,
orquestrada por cada corredor
que dava a sua passada, garra, força, som
e nesse instante, eu soube que chegaria ao fim,
pois tambem era eu, um instrumento,
uma nota daquela canção.
Aos poucos a exaustão foi embora
e a respiração achou o equilibrio,
nesse momento, eu só tinha uma meta:
cruzar a linha de chegada.
E eu cheguei, cruzei a linha, me esgotei,
o sangue corria rápido pelo meu corpo,
uma sensação de exaustão e felicidade
que se misturava ao som dos aplausos da platéia
que também tinha ouvido aquela mesma canção.
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